quarta-feira, 25 de julho de 2007

chega de saudade

ah, a saudade... ela é tão bela, tão pura e tão verdadeira; indefinível, indescritível. e, nesta semana, estou vivenciando a doce dor da saudade de muitas coisas ao mesmo tempo. uma saudade como nunca senti antes, tão intensa, tão forte, tão sincera. uma saudade imensa.
sinto saudade de um ano que ficou pra trás. a saudade da descoberta do que eu sou, do que eu quero ser. estou falando do ano passado, aquele ano de 2006, que agora parece tão longe, mas que só faz um ano! é engraçado lembrar que, há exatamente um ano atrás, eu desconstruí uma Letícia que existia, para dar lugar a outra, muito mais verdadeira, que sente muito mais a paixão pelas relações internacionais do que pelo direito. uma troca. não que a 'velha Letícia' fosse falsa ou descartável, mas a 'velha Letícia' vestia uma máscara, escondendo a Letícia que sempre existiu e apenas esperava o momento certo de aparecer, de tomar suas próprias decisões, de ser o que sempre foi. muito embora uma das decisões tomadas tenha sido abalada algumas vezes por diversos fatores, o que ficou sólido não mudou: um amor, imensurável, absurdo, que nasceu pela diplomacia. não sinto saudade pela descoberta em si, mas de todo o contexto em que ela se deu: num lugar maravilhoso, com pessoas maravilhosas e inesquecíveis, na indiscutivelmente melhor semana da minha vida. tudo isso permaneceu, e continua. e me faz sentir saudade.
e sinto, por fim, a saudade de um espaço que não está tão longe no tempo. um lugar que eu conheci no ano passado, mas onde solidifiquei raízes nesse ano. um lugar onde passo meus dias inteiros, onde me dedico ao conhecimento e a aprendizagem, onde conheço pessoas fantásticas e faço amigos. um lugar onde eu me sinto, por assim dizer, em casa, ainda que a máquina de café não goste muito de mim.
matar a saudade? não quero. quero, sim, que eu volte para o lugar onde pertenço. quero, ainda, continuar sendo essa em quem me transformei, mas ainda constantemente mudando. mas não quero matar a saudade. sinto que, ao sentir saudade, nos tornamos mais humanos, mais conscientes do quão dependentes somos de outros fatores.
ah, eu quero sempre ter motivos para sentir saudade.

sexta-feira, 13 de julho de 2007

memórias, crônicas e declarações de amor

eu tava pensando... supondo que estamos uns anos a frente, e eu tivesse que apresentar Harry Potter pros meus filhos, contar minha história com todo esse mundo e tal... o que eu diria?
hum. eu certamente falaria que Harry Potter mudou minha vida, de verdade, e que, depois que eu conheci Harry Potter, quando eu acabei de fazer 11 anos, minha vida mudou completamente, e eu virei outra pessoa. sem exageros. eu obviamente vou fazê-los ler os livros e assistir a todos os filmes, mas eu vou comprar cópias novas pra eles, porque provavelmente todas as trocentas coisas que eu tenho de Harry Potter, o que inclui coleções de todos os livros em algumas línguas diferentes, continuarão intocáveis por outras pessoas que não eu. então, depois que eles tiverem lido tudo e visto todos os filmes, eu vou contar toda a minha história com Harry Potter; todas as vezes que eu fui nas estréias (geralmente levando o avô deles pra ver comigo, ainda que à 00h01), todas as vezes que eu fui muitas vezes ver os filmes no cinema, todas as vezes que eu fiz os avós deles me levarem pra comprar os livros na hora em que as caixas se abriam, todas as vezes que eu fiz isso tudo vestindo meu uniforme da Grifinória, todas as vezes que eu comprei os dvds no dia dos lançamentos, etc.
e ainda vou dizer que, se eles gostam da mãe deles, deveriam agradecer a Harry Potter, porque o que ela é hoje, e vai ser pelo resto de sua vida, se deve muito ao fato de ter amado profundamente, incondicionalmente e inexplicavelmente tudo o que dizia respeito a esse mundo.